domingo, 16 de setembro de 2012

 
DE DOMINGO AGORA A OITO
(Jessier Quirino)


De domingo agora a oito
É dia de eleição
É dia do pleiteante
– Do fundo do coração –
Perguntar: o que desejas?
A quem tem de louça um caco
De terra só tem nas unhas
E mora de inquilino
Numa casa de botão.

De domingo agora a oito
É dia arreganha-cofre
É de ajudar os que sofrem
É dia do estende-a-mão
De se abraçar com farrapos
De mastigar vinte sapos
E não ter indigestão.

É dia de expor na fala
Que bem conhece o riscado:
– Ninguém come mais insosso
Ninguém mais bebe salgado!

De domingo agora a oito
Não relampeja nem chove
É dia que nos comove
É o grande dia D.

Agora o dia fu-D
Vai ser de domingo a nove.

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